Nascida no interior da Paraíba, no município de Conceição, mais conhecido como Conceição do Piancó, no alto sertão sob o signo de Leão, Elba teve a sorte de ter um pai músico, que a despertou cedo para a arte. Crescendo no Nordeste, teve como escola os mais diversos ritmos da região: baião, maracatu, xote, frevo, pastoril, caboclinhos e forró. Géneros musicais que preservam a pureza da cultura popular.
Ainda que cantasse desde criança, Elba iniciou sua carreira profissional tocando bateria no conjunto “As Brasas”, formado somente por mulheres em 1968, ano em que também cursava as faculdades de Economia e Sociologia. Foram cinco anos de estudos, mas o diploma não veio. O conjunto musical se transformou em grupo teatral. Mesmo assim, Elba continuou a cantar em diversos festivais pelo Nordeste.
Em 1974, trocou a Paraíba pelo sul do país, quando chegou ao Rio de Janeiro com o Quinteto Violado. Elba se estabeleceu na capital carioca como actriz de teatro, mas sempre actuando em musicais onde pudesse explorar sua arte. Em 78, participou da montagem da peça “A Ópera do Malandro”, de Chico Buarque. Sua interpretação lhe valeu prémios e seu primeiro contrato como cantora, com a gravadora CBS.
Electrizante. Esta é a palavra que sintetiza Elba Ramalho no palco. Ave selvagem, garganta de aço, Elba se transfigura no palco, como um caleidoscópio de voz, vibração e gestos incendiários.